“Em algum ponto de nosso desenvolvimento, Paul e eu mudamos de posição. Quando eu era criança, sempre me elogiaram por reprimir desejos. E assim desejar algo exigiu prática. Eu queria esse brinquedo, ou aquela barra de chocolate? Meus pais me ensinaram a dizer não. No entanto, logo aprendi que a resposta certa era sim.
O que os grandes atletas têm que nós não temos é um desejo irrestrito, eu costumava dizer. O desejo gera a necessidade e a necessidade gera a ação. Não é fantástico? Paul, que tinha acabado de começar a estudar budismo, respondia: não ia ser mais simples não desejar nada?
Porque o problema do desejo é que nunca se dissipa.
Acho que Paul tem razão. Tinha? A ausência de desejo de fato reduz a dor.
Não consigo sair do apartamento, e estou pensamento que, quanto menos me mexer, menos o movimento parece necessário. A neve vai cair do seu modo silencioso, sem pressa. E parece bom deixar tudo isso se dissipar — meu apego à comida e às pessoas e aos lugares.”
trecho do bem-construído [ e terapêutico? ] Esforços Olímpicos, da Anelise Chen.