Reflexões

“Terça-feira. Aula de Direito Financeiro. Trabalho em grupo sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Colega à minha frente força a vista para ler as questões no quadro.

– Tá difícil pra ver, Fulana? Esqueceu os óculos?

– Não, tô com lente, mas é que o quadro está com reflexo.

Ao que o perspicaz amigo e fanfarrão de longa data observa, poeticamente:

– O quadro está como nós: refletindo…”

Paredes

Muito engraçadinho, né?

Paredes rabiscadas sempre me lembram aquele período de minha tenra infância [ pausa para declamar Casimiro ] quando usava as paredes de casa como caderno e, temendo a repressão materna, era obrigada cobrir meus escritos com creme dental.  Crianças: ♥

Vi no Frankly, my dear…i don’t give a damn. Bazinga!

Sobre a tagarelice

“É delicado e difícil para a filosofia empreender a cura da tagarelice. Pois seu remédio, a palavra, é feito para aqueles que ouvem, e os tagarelas não ouvem ninguém, já que estão sempre falando. Eis o primeiro mal contido na incapacidade de ouvir. É uma surdez involuntária, de homens que, suponho, censuram à natureza o fato de terem apenas uma língua, embora tenham duas orelhas.

Se Eurípedes realmente fez bem de dizer a um ouvinte imbecil: ‘Eu não poderia encher o que nada segura, vertendo palavras sábias num homem sem sabedoria’, seria ainda mais apropriado dizer ao tagarela: ‘Eu não poderia encher o que nada recebe, vertendo palavras sábias…’, ou antes inundando de palavras um homem que fala aos que não o ouvem e não ouvem os que lhe falam. Pois se chega a ouvi-los brevemente, como no refluxo de sua tagarelice, ele devolverá o cêntuplo em seguida.”

Plutarco,  mestre demais, em “Sobre a Tagarelice”, lido no ano passado e desde então no coração.